Conto "A Bola" e "A Cidade e as Serras"

 Eça de Queiroz no livro “A cidade e as Serras” faz uma crítica ao progresso científico do século XIX, que teve como resultado uma vida mais moderna com confortos tecnológicos, mostrando a futilidade reinante em Paris.  Eça julgava que o homem só seria feliz longe da civilização. Por isso, a temática mais forte da obra é contra a ociosidade dos que têm dinheiro na cidade e sua vida burguesa, ou seja, o acúmulo frenético de dinheiro.

Na primeira parte da obra é evidente o elogio ao progresso, porém as falhas desses ‘confortos’ mostram que a felicidade não é conquistada por meio de máquinas e que não conseguem preencher totalmente a vida humana; só podemser um complemento ao estado de realização do indivíduo.

 

Isto é facilmente percebido no personagem Jacinto de Tormes, um parisiense com raízes portuguesas que se cerca de objetos da civilização e de tudo o que a ciência produz de mais moderno. Porém, o excesso de ócio e conforto o entedia a ponto de fazê-lo perder o apetite e a robustez. Levado pelas circunstâncias a conhecer suas propriedades nas serras portuguesas conhece uma vida de simplicidade e vê que ela tem muito mais valor do que os confortos tecnológicos de Paris. Assim, apaixona-se pelo campo e redescobre a alegria de viver. Lá introduz algumas inovações, como linha telefônica.

Dessa forma, percebe-se que o campo e a cidade podem estar em união e que as tecnologias realmente foram apenas um complemento ao estado de realização de Jacinto.

Luís Fernando Veríssimo, em seu conto “A Bola”, aborda a mesma temática que Eça de Queiroz: tecnologias. Porém com um diferente ponto de vista.

Um pai presenteia o filho com uma bola de futebol. O garoto agradece pelo seu presente dizendo ‘legal’ e sem ligar muito para ele, minutos depois está jogando seu videogame. O pai tenta de todas as maneiras fazer o filho se interessar pela bola, porém em tentativas frustradas se convence de que “os tempos são outros”.

Enquanto Eça afirma que uma vida simples e modesta é necessária para a felicidade humana, Luís defende o ponto de vista de que as coisas simples, como uma bola, não são capazes de entreter uma pessoa. Para isso, é essencial algo mais sofisticado e moderno: as tecnologias, o videogame.

 

 

Atualmente, o mundo está coberto de tecnologia e ela evolui cada vez mais. Quando o consumidor pensa que não há mais como inovar, eis que surge uma tecnologia mais moderna. Entre eles estão as televisões de alta resolução, os aparelhos tocadores de MP3, as máquinas fotográficas digitais, diminuem o tamanho e aumentam a sua utilidade, justamente para facilitar a vida do usuário. Outro exemplo é o computador: por meio dele é possível realizar transações bancarias, fazer compras e até mesmo conversar com uma pessoa que está do outro lado do mundo. Assim, obviamente tudo fica mais prático, fácil e cômodo.

O problema é que com todos esses benefícios, as pessoas acabam se tornando cada vez mais dependentes das tecnologias existentes.

O ser humano acaba vivendo em função da tecnologia e já não imagina mais como seria sua vida sem ela. Acabam se esquecendo que uma vida sem tecnologia também pode ser muito proveitosa.

 

Fontes:

 

https://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/a/a_cidade_e_as_serras/

https://www.sorocaba.unesp.br/cursinho/Resumos/a_cidade_e_as_serras.pdf

https://tic-dc-vilaverde.blogspot.com/2008/01/as-novas-tecnologias-vantagens-e.html