Nordeste...Ontem e Hoje

 

 

 

Para entendermos mais profundamente livro Vidas Secas, devemos compreender melhor o contexto histórico da época em que esta foi escrita e lembrar que nele descreve fielmente a realidade brasileira, tais como a injustiça social, miséria, a fome, desigualdade, seca, o que nos da a ideia que o homem se animalizou com as condições subumanas de sobrevivência.

Em 1930 o Brasil estava sofrendo com a forte crise econômica, provocadas pela quebra da bolsa de Nova Iorque, além da grande seca que assolava a região nordeste, o abandono e a opressão do governo.

 Quando pensamos no Nordeste, a primeira imagem que vem a nossa cabeça, é aquela que esta associada à seca. Estas ideias de configuração da realidade politica, clima desértico, ausência de povoamento e a inexistência da ordem, são situações historicamente localizáveis, que na literatura, são problematizados e denunciados.

 

 

 

 

Quando Graciliano Ramos escreveu o livro “Vidas Secas", em 1937, nele retratava tanto a opressão que a natureza impõe sobre os sertanejos, tanto quanto a opressão politica e social. Fabiano, neste livro protagoniza um homem rude, que tem pouco conhecimento, um “quase animal” que vive em busca de uma situação de vida melhor. É um homem marcado pela imagem da ignorância e “aparentemente” avesso à educação; para ele era importante que seus filhos aprendessem a trabalhar, a lidar com aquela terra onde viviam. Analisando apenas o papel da família de Fabiano, Ramos nos mostra toda a condição socioeconômica e a exploração vivida pelos sertanejos.

 

 

 

 

Atualmente a região do Nordeste encabeça um ranking de pobreza e apresenta baixos índices de desenvolvimento social. O maior número de analfabetos do Brasil vive no Nordeste (21,9%), e 25,7% de sua população possui renda familiar de ate um saláriomínimo. A menor taxa de IDH é do Maranhão (0,636), que tem também a menor renda per capita e a segunda maior taxa de mortalidade infantil (36,9 por mil) do Brasil. O Nordeste é a segunda região em concentração populacional, com mais de 27% do total nacional, atrás somente do Sudeste.

Fugindo da seca e da pobreza, os nordestinos respondem, desde o século XIX, pelos grandes fluxos de migração em direção ao Sul e ao Sudeste.

 

 

 

 

Esta situação esta associada a seca, falta comida trabalho. Em muitos casos, a única fonte de renda das famílias provém da venda de ossos aos comerciantes que usam o "produto" como matéria-prima de ração para animais.

 

 

 

 

Ser miserável significa viver de forma absolutamente precária. No Recife, favelas enormes são erguidas em cima de mangues ou rios sem nenhuma condição de segurança e higiene. Quando a maré sobe, o lixo invade os barracos, espalhando dejetos de toda a vizinhança pelos cômodos. A falta de saneamento é responsável pela proliferação de doenças.

 

 

 

 

Vivendo como animais são completamente excluídos das engrenagens de desenvolvimento da sociedade, os miseráveis são reduzidos a uma condição subumana. Seu único horizonte passa a ser a luta feroz pela sobrevivência. No disputando ate os restos com os animais.

 

 

 

 

Devemos lembrar que o nordestino, é como qualquer outro homem que na esperança e na perseverança, continua migrando em busca de melhores dias, por isso “iriam para adiante, alcançariam uma terra desconhecida... E andavam para o sul, metidos naquele sonho... O sertão mandaria para a cidade homens fortes, brutos como Fabiano, sinhá Vitoria e os dois meninos” (Ramos, 1998, p.126). E ainda é uma realidade no Brasil.

 

   

Fonte: Atla, National Geographic, Editora Abril Coleções; vol.2; pág.52-53

          https://atualaula.vilabol.uol.com.br/miseria.htm